sexta-feira, 22 de julho de 2011

Pausa pras sensações.

Em Buenos Aires relembrei a importância de se parar pra sentir e celebrar o momento. Os porteños tem o costume de fazer da hora das refeições um ritual sagrado. Os cafés estão sempre cheios, os almoços demoram: tem entrada, prato principal, sobremesa, café e cigarros. Muita charla e gritaria.

Agora estou me deixando levar por isso aqui no RJ...Comi a melhor manga da minha vida, que comprei junto com as ameixas (argentinas, veja você!) vermelhas e um cacho de bananas que vou te contar. 
Tempero verde, hortelã pra suco e rúcula fresquinha... mmm... que prazer!

Mas o que mais tem me tirado do sério na Pedro Américo é o cheiro de madeira nova...
Estou tendo o privilégio de ter como vizinha uma fábrica de móveis e aberturas. Aquele cheiro de madeira crua, esperando o verniz ou a pintura...
Lembrança da infância, quando eu vivia indo em lojas de móveis e em fábricas. Dá vontade de parar e ficar ali, só respirando.

Engraçado o quanto a vida dá voltas, começa e termina ciclos, morremos todos os dias pra renascer de novo e o que mais faz sentido pra nós são aquelas sensações que tínhamos quando não nos era exigida a faculdade de pensar e resolver problemas, quando não precisávamos ser nada mais que crianças...

quinta-feira, 21 de julho de 2011

A véspera do dia seguinte.

Cada vez me saio melhor como dona-de-casa. Desde escolher frutas e legumes no supermercado, até preparar um almoço delicioso e arrumar a bagunça do dia anterior.

Acordando com um mate, preparando pra 'bater saltinho' pelas ruas do Catete, compras no MercaDez e muito jazz na hora do almoço. Agradecimentos à Charlie Parker e Miles Davis pela inspiração!

Cardápio no capricho: Arroz de puta chique (pelo menos na primeira semana!): linguiça defumada, ervilha, tomate, cenoura, abobrinha, pimentão, tempero verde e rúcula. Pra adoçar a vida: suco de manga com hortelã!

Seguindo a dica da amiga Pamela: "Corre pra praia que o sol em Ipanema baixa logo!". Zupt! Não deu tempo nem pro café... Metrô, chinelo de dedo e chapéu na cabeça, deitada no Posto 9, com Chá Mate Leão e Biscoito Globo.
Osho, Mate Leão - com limão! - e Bixxcoito Globo
A caminho do metrô, lembranças de um Carnaval.


A promissora viagem de amanhã (tchan-tchan-tchan-tchan!) me mantém em casa nessa noite deliciosa de calor no Rio. Vale para atualizar @s amig@s através desse blog, pra arrumar a mala pra nova partida e terminar aquelas obrigações de pós-graduanda que me trouxeram até aqui.

Mas também serve pra saber que eu gosto de estar perto de pessoas, de compartilhar minha vida e tudo que a cerca, de trocar afeto, carinho e ouvir o que cada um/a tem dentro de si.
Se a solitude ajuda a nos conhecermos, a comunhão é o caminho pra sermos felizes nesse mundo...

Semana que vem, novos capítulos dessa saga Madhuziana.

Julho de 2011 - Rio de Janeiro 30 graus

Pra que ir contra nossa própria natureza? Quando se gosta de calor, é pra perto do sol que se deve ir...

Cá estou eu no Rio de novo. A trabalho, dessa vez. Morando sozinha no Catete por 16 dias - graças ao Cauê.

A expectativa pela chegada aqui foi grande. Vinha de dentro um certo medo, uma certa desconfiança de que as coisas dariam certo. Sim, muitas vezes é o medo de que as coisas deem certo, as expectativas se cumpram e tenhamos que fazer escolhas num futuro próximo as razões da nossa insegurança...

Vir sozinha pra uma outra cidade, bancando as próprias contas e responsabilizando-se pelo que eu vim buscar. Seja lá o que eu encontre por aqui.

Descendo do avião, catando um 'catatau' de malas, alguma coisa dentro me dizia que dessa vez é como uma prova de fogo (?) pra descobrir se é aqui que vou sentar praça - e com toda a minha cavalaria, como diria Jorge.

No caminho pra casa, as lembranças um tanto doloridas, mas muito deliciosas da minha última vinda. Pessoas que encontrei, outras que conheci, lugares em que dancei, sorri e amei ter essa viajante dentro de mim. 

Um ap tão legal me esperando! O jeitinho do Cauê, colorido, charmoso. 803 é meu número agora.


A rotina da chegada: dá notícias, desfaz mala, cozinha, come, lava, dorme, toma banho, se arruma e sai pra rua. Caminhando pela Rua do Catete, que vira Rua da Glória que vira Rua da Lapa. Ô cidade bem fácil de se encontrar, che...

No largo antes dos arcos: Nova Lapa Jazz!

Jazz. De graça. Na rua.

Gente jovem reunida.

Pra quem chega sozinha na cidade grande, até que a garota provinciana se vira bem. Noitada em excelentes companhias! Entre gaúch@s, uruguaia, cariocas, mineiros e goianos. Que mundo pequeno quando se tem amig@s num 20 de julho.

E o melhor, final de noite em padaria: Mixto quente, suco 3 em 1 e quindim de sobremesa. Um brinde aos encontros que a vida traz a cada momento! Tim-tim...

Indas e vindas como se não fosse Carnaval...

Apesar de um período tão curto no Rio, e em plena movimentação universal do Carnaval, deu tempo de sentir a efervescência cultural como se não fosse um momento atípico...

É clichê eu dizer que adoro o Centro das cidades que conheço. Até porque eu moraria no Centro em qualquer uma delas. Pelo significado etimológico da palavra Centro, como pela sua possibilidade de estar no meio de muitas coisas. Isso pra dizer que adorei o Centro Histórico do Rio. 

Em plena manhã de Carnaval, passando por debaixo do Arco do Telles, na Praça XV - antigo Largo do Carmo (!).

Pelo que descobri, as construções são do "período colonial desde os primórdios da fundação da cidade como também da vinda da Família Real e Corte Portuguesa para o Brasil, englobando também o período do Primeiro e Segundo Reinado."  Fonte aqui.

História brotando do chão, das paredes, sabe?
Apesar de tantos foliões e de um bocado de xixi pela rua, consegui chegar ao Centro Cultural Banco do Brasil, pra esperada exposição do Escher. Como tudo por ali, lotado!
Mas pra quem quase tinha tatuado as Mariposas criadas por ele, valia o esforço.


Além do que, ir ao CCBB não é nenhum problema. Prédio histórico, com uma das rotundas mais lindas que já vi:


Tanta gente lá dentro que tive que voltar outro dia, aproveitando o convite da anfitriã Daya para assistir ao espetáculo Os Catecismos Segundo Carlos Zéfiro.


Teatro, erotismo e boas companhias na noite que se estendeu até o forró da Rua do Mercado, próxima ao CCBB... Que noite!

Amig@s de uma vida, de uma eternidade, de cada momento.

Além da Cidade Maravilhosa, conheci Niterói... ou Nickity, para os íntimos. 
Claro que turismo com guia local é muito melhor...Tive a sorte de contar com cariocas muito dispostos a contar a história e me situar geograficamente.

Niterói, a primeira vista, parece um bairro da Zona Sul carioca e, embora eu tenha circulado não só em Icaraí, mas também bandas do Parque da Cidade, não consegui perder essa impressão.

De um lado o RJ e a Ponte Rio-Niterói.


Do outro, Niterói.

E eu no meio, fotografando num dia nublado no Parque da Cidade.
Ainda tive tempo pra passar por Itacoatiara, pena que a chuva me impediu de ver o por do sol...

Mas de tudo que fiz e vivi em Niterói, o que mais gostei de conhecer foi, sem dúvida o Museu de Arte Contemporânea - MAC. E por que será?

Niemeyer é gênio!
Ângulos no concreto armado.
Até pra sentar tem ângulo - foto encostada na rampa de acesso.
De qualquer lugar que se olhe dentro ou fora do MAC, a vista é avassaladora. 
Li em algum lugar que o mérito desse Museu não são as exposições (e há razão nesse comentário, na minha opinião), mas sim fazer com que estejamos dentro de uma obra de arte..

Além disso, a prefeitura da cidade está construindo o Caminho Niemeyer, que vai pelos bairros litorâneos de Niterói, desde o Centro até a Zona Sul. São cerca 3,5 km. Dessa vez não consegui percorrer, mas na próxima ida à Nickity farei. 
Voltando ao prédio, como se não bastasse, no andar inferior há um café cercado de janelas em que se assiste ao espetáculo que circula o Mirante da Boa Viagem (onde fica o MAC).
 Indescritível o que se vê sentada em uma mesa na janela... impublicável. 

No entanto, naquele momento, o maior atrativo ali era o papo que rolava solto e franco entre café expresso e pão de queijo. Um belo final de manhã pra uma bela estadia na cidade que é conhecida por ter como sua principal qualidade a vista pro Rio de Janeiro...

Bom, essa passagem pro RJ terminou...mas escrevo sobre ela na Cidade Maravilhosa. 
4 meses se passaram e cá estou eu de novo. 
Será um prenúncio pra uma mudança "definitiva"...?