quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Os incêndios em Portugal e a Serra da Estrela

Logo que chegamos em Coimbra, fomos convidados por uma produtora de cinema com quem Daniel já havia trabalhado por anos, para representar o filme que ela tinha produzido e roteirizado no CineEco Seia. Em um país que é um deserto de eucalipto (já vimos esse filme, não é mesmo?) e que tem uma "cultura" (ambiental e criminosa) de incêndios, um festival sobre a temática ambiental é um prato cheio.


Pois bem, durante o CineEco, em especial, no primeiro final de semana, houveram fogos por diversas regiões do país, devastando florestas inteiras, casas, carros, regiões e, infelizmente, pessoas e animais. Uma tragédia ambiental que teve como consequência a queda da Ministra da Administração Interna e uma paisagem desoladora. O festival chegou a ser cancelado devido ao cenário, mas justamente por se tratar de meio ambiente e por estar há 23 anos acontecendo e alertando para as catástrofes que temos criado com nosso afã civilizatório, tornou-se uma questão política mantê-lo até o final.

Estátua em homenagem e em frente ao Corpo de Bombeiros, que são voluntários em Portugal.

Ao lado da estátua, o Cemitério. A viagem acabou se tornando um tanto melancólica pelos acontecimentos...

Conversando com as pessoas que moravam na cidade pequena, de pouco mais de 8000 habitantes, sentimos seu luto e isso certamente nos afetou. No nosso último dia, vimos uma manifestação silenciosa, com as pessoas vestidas de preto e que culminou com um discurso sobre a importância do trabalho dos bombeiros, prestando uma homenagem a quem tinha trabalhado no combate às chamas.


Bom, mas nem tudo foram tristezas em Seia.
Conhecer um 'metier' completamente diferente do nosso, ver as pessoas engajadas na transformação do mundo por outra vertente, conhecer um pouco das personalidades de criadoras e criadores de filmes, festivais e circuitos foi ótimo.




Dentre essas coisas que acontecem quando a gente tá em um contexto totalmente diferente do nosso, deu pra conhecer gente da Croácia, México, Espanha, e nos impressionarmos com os personagens que cada pessoa interpreta. Em especial, com o ex-professor de Direito da Universidade de Coimbra, Carlos Teófilo. Depois dele, todas as nossas noções de pessoa "figura" foram atualizadas.


Deu também pra ver mais umas oliveiras que sobrevivem ano após ano e trazem os frutos que nos deixam tão felizes e até posar pra umas fotinhos maneiras na frente de paredes incríveis.





De resto, era fechar a mala de novo depois de 5 dias, mandar "um abraço pros convivas", pegar a estrada rumo à estação de comboios de Nelas e encarar mais dois trens pra chegar ao Porto.

Obrigada Seia, pelos aprendizados da cultura portuguesa e cinematográfica. Até a próxima!










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